Fitoterapia: a cura através das plantas
Esquecidas durante muito tempo pelos ocidentais, as ervas medicinais hoje reassumem seu papel como um valioso recurso terapêutico oferecido pela natureza.
A fitoterapia é o tratamento e a prevenção de doenças através das plantas, uma prática muito antiga que faz uso de ervas bem conhecidas como o alecrim, a alfazema, a erva-doce, e outras nem tanto como cordão-de-frade e mulungu. A fitoterapia atua de forma não agressiva porque estimula as defesas naturais do organismo. Seguindo princípio similar ao da homeopatia, o tratamento fitoterápico tem o objetivo de tratar cada indivíduo como um todo, analisando todos os padrões de desarmonia e tentando indicar a fórmula mais apropriada para cada tipo de pessoa. Por isso, diferentes ervas podem ser empregadas no tratamento das mesmas doenças. Mas, para utilizar o tratamento, é indispensável procurar a orientação de um médico especializado.
A fitoterapia pode ser aplicada de diversas formas:
- Chás: bebidas especialmente preparadas com a infusão das ervas para serem tomadas várias vezes ao dia, segundo indicação.
- Compressas: são panos umedecidos com os chás ou infusões que se colocam principalmente em situações de inflamação, como olho, pele, cólicas abdominais.
- Banhos: devem ser indicados por profissionais. Os mais comuns são para distúrbios genitais.
- Cataplasmas: socam-se as plantas, formando uma papa que se coloca sobre o local dolorido por 10 minutos. Após secar, enxágua-se com abundância.
- Gargarejos: geralmente em água morna, combinando sal e ervas para problemas de garganta, inflamações na boca.
- Inalações: aspiração de vapor resultante da fervura de água e ervas (chás).
- Lavagens: os chás também podem ser usados para lavagens intestinais ou vaginais, a critério do médico.
Existem milhares de plantas medicinais. Conheça algumas delas e seus resultados:
- Agoniada: combate inflamações do útero, ovários e menstruações difíceis.
- Alcachofra: função diurética e hepática (estimulante das funções do fígado e vesícula biliar), auxilia na redução do colesterol.
- Cajueiro: para a diabetes e um potente cicatrizante.
- Camomila: regulariza as funções digestivas, alivia cólicas e enxaquecas.
- Carqueja: auxilia na eliminação de toxinas, pois tem ação diurética e depurativa.
- Castanha-da-Índia: ativa a circulação sanguínea, previne varizes e hemorroidas e alivia dor e cansaço nas pernas.
- Erva-cidreira: insônia, palpitações, gases, dores de cabeça.
- Prímula: pode ser utilizada no tratamento da tensão pré-menstrual, dor nos seios e depressão pós-parto.
- Ginseng: energético, dá resistência ao organismo contra o stress, combate o desânimo e o cansaço, é afrodisíaco.
- Guaraná: depressão e fadiga física e mental, estimulante e tônico muscular de ação rápida.
- Sabugueiro: para febres, resfriados, catapora e sarampo.
- Valeriana: combate a insônia crônica e o stress; sedativo.
Plantas estão nos remédios
A explicação para os bons resultados alcançados com o tratamento fitoterápico se explica pelo fato de que toda a farmacologia tem como base os princípios ativos das plantas. Na verdade, a farmacologia moderna não existiria sem a botânica. Apesar do avanço da tecnologia, que diariamente cria novos compostos e substâncias com poderes medicinais, mais de 40% de toda a matéria-prima dos remédios encontrados hoje nas farmácias continua sendo de origem vegetal. Alguns distúrbios como inflamações, gastrites, ansiedade, insônia, alergias e até tabagismo costumam apresentar resultados eficazes com o uso de fitoterápicos.
Do tempo de Ramsés I
A origem da fitoterapia é bem antiga e remonta ao início da civilização. O primeiro documento encontrado sobre o assunto de que se tem conhecimento é um manuscrito egípcio chamado “Papiro de Ebers”, que remonta há mais de 1500 A.C. Ou seja, o faraó Ramsés I e seus compatriotas já faziam uso medicinal das plantas. Sabe-se que populações indígenas de várias origens também usavam instintivamente determinadas plantas para curar os mais variados problemas. Mas o termo "Fitoterapia" vem do grego e quer dizer Tratamento (therapeia) Vegetal (phyton), ou terapêutica das doenças através das plantas.